O padrão da chatice

Foi se o tempo em que Nilton Santos era considerado ídolo nacional por dar os famosos “passinhos” para a frente na Copa de 1962,iludindo o árbitro,que marcou uma falta e não um pênalti a favor da Espanha contra o Brasil,pênalti que se convertido complicaria a classificação dos então atuais campeões do mundo para a próxima fase daquela competição.
Tempo no qual Garrincha era tido como monstro sagrado do esporte por seus dribles desconcertantes e seu jeito irônico e descompromissado com as amarras de táticas e técnicos com técnicas de objetividade prontas e compactuadas.
Tempo que podemos incluir, Maradona com a sua ‘La Mano de Dios’,Pelé com o revide discreto ao jogador uruguaio que o batera todo o jogo em 1970, a reboladinha de Edmundo e mais recentemente resquícios dessas atitudes artísticas ou de forte personalidade; A cabeçada de Zinedine Zidane em Materazzi, e a mão na bola de Luís Suarez na última Copa do Mundo.
Essas atitudes de fuga do padrão,ou mesmo de heroísmo nos ensinam a separar e juntar ao mesmo tempo; O jogador-robô do homem,mostrando que é mesmo sangue que corre em suas veias e não milhões de euros.
Um Salve a esses craques Bad Boys, os raçudos e habilidosos que tiveram tamanha importância nas conquistas futebolísticas do nosso país! Salve Garrincha,Pelé,Nilton Santos,Rivelino,Zico,Ademir,Djalminha,Edmundo,Romário e Careca, jogadores que em sua grande maioria se importava pela camisa que defendiam e principalmente em jogar futebol antes de mais nada.
Os tempos atuais,são tempos das retrancas de Mourinho animar os jornalistas,tempos em que um jogador leva cartão amarelo por ‘driblar demais’,é suspenso por ‘cavar’ um pênalti,é execrado por boa parte da mídia por isso,o futebol esta deixando de ser arte para se tornar cada vez mais uma ciência exata,o espetáculo circense a cada domingo acabou,hoje vemos times jogando com um único esquema,(o tal do 4-2-3-1)com medo de tomar gols,priorizando o porte físico,e defesas sólidas,e quando aparece algo diferente do padrão,é logo vendido para a Europa para se adequar ao tal,é fabricado e encorpado e é assim engolido por táticas e conceitos que deixam o futebol ser cada dia mais chato.