quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Desde que me entendo por gente,fico maravilhado com a época das eleições; debates televisivos e propagandas obrigatórias,esta última mais por ser desgraçadamente engraçada,fazem parte do meu cotidiano nos meses que antecedem uma eleição.
  Lembro-me como se fosse hoje,de quando moleque,quase ser preso por fazer uma “boquinha de urna”,ou distribuir santinhos no dia da votação,fora a colagem de adesivos em postes e carros.        
 Para mim não passava de um simples dia intenso de brincadeira de quatro em quatro anos,dia este que sempre terminava com uma saída de carro para “bandeiradas”,para junto com minha família,provocar ou nos defender de provocações ante aos que chamávamos de ‘azuis’.
Confesso que o resultado mais interessava aos meus familiares do que a mim,uma criança de no alto de seus seis anos que entendia as constantes derrotas da dita esquerda em Brasília como se meu time perdesse um jogo normal de um campeonato estadual.
Politicamente os tempos não eram tão bons,era a época que Lula sempre perdia as eleições,era uma espécie de Vasco da Gama das urnas e o Brasil em meio a crises e afundado em dívidas,elegia novamente Fernando Henrique Cardoso,responsável por uma política neo-liberal que contribuiu para o avanço da desigualdade social e o aumento da dívida externa.
Em âmbito distrital,meus familiares em especial meu tio Antônio sofriam ainda mais com aqueles duros tempos em que não se cogitava eleger operários,muito menos mulheres à presidência,para o governo da capital,convivíamos com constantes derrotas do PT,para um candidato patriarcalista e demagogo de caráter e transparência duvidosas;era Joaquim Roriz,o coronelista dos lotes
 A criança que via tudo como uma brincadeira,que podia sim ser facilmente influenciável,cresceu e viu em seu meio de diversão muita podridão,12 anos depois,enojado e pré-disposto a não se envolver com política,volta a se animar porém sem achar desta vez que tudo é uma diversão e que todos são bonzinhos.
O agora jovem sabe das conseqüências de se deixar manipular,bem piores do que perder qualquer jogo seja de qualquer time,ou de qualquer campeonato.

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